domingo, 18 de setembro de 2016

Centenário do Arquivo Histórico Municipal que não existe poderá ser comemorado em 2017?

          Divulgada a programação que o Arquivo Histórico Municipal de São Paulo pretende levar a cabo no próximo dia 20 de outubro, data em se comemora o Dia do Arquivista.
          Lamentável que se reúnam para comemorar 110 anos, de uma instituição que foi criada em 1936, no próximo ano. Essa conta não fecha, certo?
          O Arquivo Público que foi criado em 1907, por força de ato normativo, como deve ser na Administração Pública, foi o Arquivo Nacional, com sede no Rio de Janeiro que era, à época, capital da República.
          A primeira proposta de criação de um Arquivo Público no Brasil foi feita pelo deputado Pedro de Araújo Lima, em 1823 levada a cabo apenas em 1838 – pelo Regulamento nº 2, de 2 de janeiro daquele ano. Uma Norma Legal constituindo o corpo da instituição, como deve ser! Nasceu como Arquivo Público e mudou seu nome para Arquivo Nacional em 1911.
          Aqui, em São Paulo, como ato político desprovido de norma legal, as gestões petistas, que têm esse viés de desconstrução das instituições, preferiram colocar por terra o trabalho e a visão modernista de Mario de Andrade e Oswald de Andrade, mentores e criadores do Departamento de Cultura.
          Referência mundial, o Departamento de Cultura, de onde tiramos a criação da Divisão Técnica do Arquivo Histórico pelo Ato nº 1146, de 4 de julho de 1936, foi jogado na lata de lixo pela gestão petista que achou por bem tirar da cartola uma data aleatória para dar nascimento ao Arquivo Histórico de São Paulo. Essa mesma gestão que trocou o nome da Instituição - Washington Luís - por outro qualquer criando muita confusão no público alvo. Por força do Decreto nº 8.459, de 18 de outubro de 1969, alterado pelo Decreto nº 8.619, de 20 de janeiro de 1970, houve a homenagem a Washington Luis, prefeito responsável pela publicação das Atas da Câmara, em 1914.
          Infelizmente, essa programação contempla a reunião de ex-diretores - eu recusei o convite informal, como ex-diretora, por ser contrária à perpetuação da mentira - com evidente viés político porque dos quatro que aceitaram pelo menos três são petistas declarados e a coordenadora da mesa também.
          Uma pena que a Administração Pública não seja respeitada por gestores temporários, que atropelam as normas e leis, que não respeitam a Instituição em que desenvolveram alguma atividade (sic) e que continuam perpetuando o erro em nome de não sei o que! E que não tenhamos nenhuma maneira de por fim a essa pantomima de comemorar 110 anos de uma instituição que tem completou em 2016 apenas 80 anos.
A Lei, ora a LEI!

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